Para muita gente marketing é publicidade, publicidade é propaganda, propaganda é promoção, promoção é desconto.

Ou marketing é vendas. 

A empresa cria o setor do marketing que age de forma operacional, fazendo cotações e contratando serviços de publicidade, propaganda, promoções, eventos. Serve como um intermediador entre a agência de publicidade, outros fornecedores de serviço e a empresa. 

Ou a empresa coloca um gerente de vendas com a função de planejamento, marketing e vendas. Você chega nas empresas e vê aquela figura mitológica: metade leão, com pé de cabra e cabeça de águia. Metade comercial, metade marketing, metade gerenciador de espaço publicitário. 

Vamos tentar entender o que realmente é marketing?

Vamos a definição do dicionário:

“Estudo das atividades comerciais que, partindo do conhecimento das necessidades e da psicologia do consumidor, procura dirigir a produção adaptando-a ao melhor mercado; estudo de mercado; mercadologia.” 

Hurum. Você entendeu como se aplica ao seu caso? Na definição o marketing dirige a produção. Ou seja, ele não pode significar venda ou publicidade, pois começa a partir do conhecimento sobre as necessidades do mercado e do consumidor muito antes do produto existir. Na verdade, o marketing deveria orientar se o produto ou serviço deveria ser criado ou não.

Vamos a definição de Philip Kotler, considerado o pai do marketing moderno:“Marketing não é a arte de descobrir maneiras inteligentes de descartar-se do que foi produzido. Marketing é a arte de criar valor genuíno para os clientes. É a arte de ajudar os clientes a tornarem-se ainda melhores.” 

A arte de criar valor e não de se livrar do estoque ou daqueles produtos que você criou, mas esqueceu de combinar com o cliente antes. É assim que você pratica o seu marketing?

Imagine a cena. O dono da empresa olha o resultado das vendas e chama o departamento de marketing: “Façam alguma coisa precisamos vender.”   O marketing pensa:  “Vamos fazer uma campanhaChamem a agênciaVamos para as redes sociais, fazer postagens, podemos criar um viral.” Criar viral é ruim, hein?  E dizer o quê nas redes sociais ou em qualquer outra mídia? Que estamos dando desconto. Que somos muito, muito bons, e eles, “aqueles clientes” precisam entender que o melhor é comprar da gente. Aí vem aquelas campanhas pregando apologias ao produto, repleta de autoelogios à empresa: o melhor, o maior, o bambam, desde mil novecentos e lá vai anos de qualidade. E o cliente pensa: e eu com isso?  Sério mesmo? Esqueceu de ouvir o cliente e agora o problema é do marketing?

Na prática o marketing tem sido usado para se livrar dos problemas das empresas e não para solucionar o problema do cliente. A questão é, por que não estamos alcançando vendas satisfatórias?  Por que os consumidores estão escolhendo outro produto ou serviço em detrimento do nosso? Por que “aqueles clientes” estão saindo pela nossa porta e não estão retornando? O que eles estão pensando? O que eles estão querendo? Que experiência estamos deixando de proporcionar? 

Você consegue responder essas perguntas ou prefere promover o seu produto sem saber que solução você está entregando?  Enquanto você pensa, vamos a uma definição mais simples para esse começo, quando estamos descobrindo o marketing sem mistério.

“Marketing é o conjunto de conhecimentos e estratégias que tem como objetivo levar pessoas, que tem uma determinada necessidade, anseio, desejo, aspiração ou vontade a conhecerem, gostarem, confiarem e decidirem fazer negócios com você.”

Eu gosto dessa definição. É bem simples. E vai te ajudar a entender que tudo começa com a definição do problema, anseio, necessidade, desejo, aspiração ou vontade que o seu produto ou serviço pretende resolver. 

Então, antes de utilizar o marketing para descartar aquilo que não foi bem planejado e não está em sintonia com as necessidades dos clientes, pergunte-se quem é essa persona chamada cliente. Se esse ser define a sobrevivência da sua empresa, é melhor conhecê-lo.